Triângulo doente, médico e enfermeiro “tem de ser coeso” para uma melhor gestão dos efeitos secundários
“O OncoSkin veio, sem dúvida, ser um marco importante para os doentes oncológicos e os seus cuidados de pele, mas trouxe-nos também uma reflexão sobre nós como pessoas vulneráveis com cancro.” Palavras de Áurea Lima, médica no Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga, que também integrou o programa científico desta reunião. Em entrevista, salienta a importância dos cuidados da pele antes, durante e depois da realização dos tratamentos sistémicos. Assista ao depoimento em vídeo.
“A Dermocosmética é fundamental na Oncologia, nas suas diferentes fases, principalmente em tratamento ativo”, começa por afirmar a médica, explicando que as opções, quer sejam farmacológicas, quer sejam cirúrgicas “têm efeitos nefastos para a pele”, que fica consequentemente mais sensível e, por isso, é essencial “ajustar os cuidados cosméticos às necessidades”.
Numa primeira consulta, os doentes são desde logo alertados para os efeitos secundários, incluindo os cutâneos. Numa fase seguinte, “a Enfermagem tem igualmente um papel fundamental”, destaca, porque estão também próximos do doente na prevenção e na gestão destes efeitos secundários.
Neste sentido, “e para que o resultado final seja o melhor possível”, o cancro carece de uma abordagem holística, salienta a médica, apontando que o doente oncológico é por isso seguido por uma equipa multidisciplinar, que deve ser o mais coesa possível, de acordo com o triângulo doente, médico e enfermeiro “para viver mais e melhor”.
Sobre a realização do evento, a médica destaca a diversidade dos temas científicos discutidos, mas também porque foi espaço de partilha de “testemunhos arrepiantes”. “Fazem-nos também colocar a vida noutra perspetiva para nós profissionais de saúde, que temos muita dificuldade, até por própria proteção, em nos colocarmos do outro lado.”